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quinta-feira, 17 de novembro de 2016


Resumo : Mundos Unipolar, Tripolar e Policêntrico e seus desdobramentos políticos



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Se durante a Guerra Fria, o que se viu foi a oposição sistemática de dois blocos, no mundo atual, livre da bipolaridade, existe uma situação mais policêntrica ou multipolar, onde as possibilidades de relacionamento entre Estados e regiões se multiplicam.

O espaço mundial das últimas décadas tem sido caracterizado pela globalização da economia, que relaciona a abertura das fronteiras nacionais para a livre circulação de mercadorias e investimentos com o estabelecimento de alianças comerciais regionais, os chamados blocos econômicos.

No mundo contemporâneo, três grupos diferentes de países convivem: os que ainda se apóiam principalmente em atividades agrícolas voltadas para o auto-consumo e nos quais as relações capitalistas são pouco desenvolvidas, os países que desenvolveram atividades industriais e comerciais, mas apresentam problemas econômicos e populações pobres; e, liderando o processo, um conjunto de países onde a economia é plenamente desenvolvida e a produção está apoiada na utilização de tecnologias sofisticadas.

Nesse contexto, os países agrários, com baixa qualificação profissional da população e diminuto mercado consumidor, ficam marginalizados no mercado global; os países dependentes com destacado desenvolvimento capitalista tornam-se pólos de atração de investimentos, os chamados países emergentes, e os países capitalistas avançados comandam a globalização em seu conjunto, liderados pelos Estados Unidos.

A Globalização dos anos 1990 está bastante ligada às idéias neoliberais valorizadas desde 1979, no Reino Unido e nos EUA, que pregam o chamado Estado mínimo, com a redução da participação do Estado na economia e a abertura da economia para o exterior, facilitando a circulação de investimentos e de produtos.

Os Acordos Regionais de Livre Comércio 

O processo de globalização apresenta dois movimentos contraditórios. Por um lado, temos um amplo processo de abertura da economia e desenvolvimento do comércio multilateral, cujo fórum internacional é a Organização Mundial do Comércio (OMC ), criada em 1995. Por outro lado, temos a constituição de alianças econômicas regionais, mais conhecidas como blocos econômicos. A essa nova realidade se dá o nome de Mundo Multipolar que compreende os pólos de maior poder econômico, representados pela União Européia, o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA ), o Mercado Comum do Sul ( Mercosul ) e o chamado Bloco do Pacífico, que reúne de maneira informal os parceiros asiáticos do Japão e dos Estados Unidos da América.

Os chamados blocos Americano, Europeu e Asiático controlam aproximadamente 81% dos investimentos realizados em escala mundial; cada um desses blocos atua numa área diferente do globo e, se considerados os principais pontos de concentração de seus investimentos, observa-se que a principal área de influência do Bloco Americano corresponde à América Latina, onde os Estados Unidos realizam 61% de seus negócios; no leste e sudeste da Ásia, onde se encontram 52% dos negócios japoneses, e no o Leste Europeu, onde as potências da União Européia investem boa parte do seu capital.

União Europeia 

A União Europeia (UE) foi criada em 1957 com objetivo de promover um crescimento mais acelerado dos países da Europa Ocidental. Em 1993 essa organização chegou ao estágio da união aduaneira e, a partir da entrada em vigor dos Tratados de Maastricht, os países da U.E. partiram para a constituição simultânea de uma união política e de uma união econômica, concretizada em 1999 quando a sua moeda única , o Euro, começou a ser introduzido de forma gradativa nos países membros.

Acordo de Livre Comércio da América do Norte ( NAFTA)

O NAFTA é uma associação que pretende promover a integração econômica entre os Estados Unidos da América, o Canadá e o México . Essa ideia surgiu da preocupação norte-americana diante do fortalecimento europeu em 1986, quando teve início o projeto de unificação política e econômica da atual União Européia. Isso levou os Estados Unidos a intensificar seus laços de comércio regional.

O Poder Asiático

O Bloco Asiático não corresponde exatamente a um aliança econômica, pois não existe um acordo formal definindo as regras para o seu funcionamento. O que costuma ser chamada por esse nome é uma região onde se observa a influência econômica e os investimentos realizados pelo Japão, que iniciou sua expansão econômica e financeira em direção aos seus vizinhos do leste e sudeste da Ásia em 1959.

A aliança estabelecida com os Estados Unidos a partir da década de 1950 com o objetivo de dificultar a expansão socialista no extremo oriente contribuiu para transformar o Japão na segunda maior economia do mundo. Seus investimentos estimularam a industrialização e o crescimento dos países conhecidos como Tigres Asiáticos , que apresentaram uma boa performance econômica internacional desde os anos 80 e aparecem atualmente como importantes exportadores de automóveis, de produtos eletrônicos e até de produtos de tecnologia de ponta, como micro-computadores. Vale destacar o boom econômico chinês e a industrialização dos Novos Tigres ( Malaísia, Tailândia, Vietnã e Filipinas ). 
Em 1997, esses países do Bloco do Pacífico foram atingidos por uma grave crise financeira, que colocou em xeque os rumos da globalização. O período posterior à crise resultou em um grande declínio da produção; mas hoje, esses países vivenciam uma gradativa recuperação, principalmente na Coréia do Sul que, voltou a figurar no grupo dos países emergentes.

O Mercosul 

O Mercosul é um exemplo de bloco regional estruturado fora dos principais pólos de decisão. O Mercado Comum do Sul, definido com a assinatura do Tratado de Assunção, em 1991, reúne os dois países mais industrializados da América do Sul, Brasil e Argentina, ao Paraguai e Uruguai. Chile, Bolívia, Peru, Colômbia e Equador também participam do Mercosul, atualmente como membros associados, enquanto a Venezuela está em processo de adesão.

A participação nesse bloco amplia o mercado para as empresas localizadas nos países membros, que podem ampliar sua escala produtiva, obtendo maiores lucros. Isso contribui para a atração de investimentos internacionais, que tem no Brasil a localização mais atraente para a instalação de novas indústrias, que exportam seus produtos com facilidade e para os parceiros do Mercosul.

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