ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA E GENTRIFICAÇÃO
Entre 2009 e 2015 mais de 22 mil famílias foram despejadas no Rio de Janeiro, o que já é considerado o período histórico com o maior número de remoções na cidade. Segundo o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, este processo serviu para beneficiar investimentos imobiliários e turísticos, alimentando um processo conhecido como especulação imobiliária e gentrificação.
Especulação imobiliária: ocorre a partir da valorização de um terreno ou imóvel. Esta valorização pode ocorrer devido a um investimento privado na região, cujo objetivo é aumentar o preço final deste terreno ou imóvel. Mas também pode acontecer por meio de obras públicas de melhoria dos entornos e dos serviços – como no caso das Olimpíadas do Rio.
De modo geral, os especuladores costumam manter os seus estabelecimentos vazios esperando uma futura valorização. Após as obras para as Olimpíadas do Rio, grandes investidores acabaram se beneficiando com o aumento dos preços de seus terrenos e imóveis a partir dos gastos governamentais na região.
Gentrificação: é um fenômeno associado à especulação imobiliária. Trata-se da expulsão de um grupo de pessoas de baixa renda de uma região, bairro ou cidade, para a entrada de outro, com maior poder aquisitivo. Em geral, esse deslocamento acontece através do aumento dos valores dos imóveis e aluguéis por melhorias nos serviços públicos e privados, como no caso das regiões que receberam as obras para as Olimpíadas. Isso obriga a população local a mudar-se para áreas mais periféricas, com piores serviços e baixa qualidade de vida.
No Rio de Janeiro, a Vila Autódromo e a favela do Vidigal são algumas das regiões que mais estão sofrendo com o processo de gentrificação, acelerado por conta da Copa do Mundo em 2014 e agora com as Olimpíadas.
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